21 de Agosto de 2000 - Um SOFTWARE
DESENVOLVIDO PELA Empresa Brasileira de PESQUISA Agropecuária
(EMBRAPA) poderá agilizar as pesquisas do Projeto GENOMA. O Sting
Millenium é uma nova versão do Sting Suite, já
utilizado por pesquisadores de 16 países. Em três anos,
foi acessado por mais de cinco milhões
de pessoas.
Para que o projeto GENOMA
se torne útil à humanidade é preciso não
só organizar os genes, mas identificar a função
biológica de cada um deles. É isso que o Sting faz. A
partir de uma seqüência, ele apresenta para que serve o gene
em questão. Atualmente, os pesquisadores do GENOMA estão
seqüenciando os genes. Será preciso ainda estruturá-los
e descobrir suas funções. Essas duas etapas podem ser
realizadas com o Sting.
O SOFTWARE, com 15 programas, tem
todos os passos para o pesquisador chegar até a informação
sobre a funcionalidade do gene. No entanto, os programas não
estudam todo o GENOMA, apenas as seqüências, pois o SOFTWARE
ainda é semi-automático. Mas a previsão do idealizador
do Sting, Goran Neshich, do Laboratório de Bioinformática
da EMBRAPA, é que em seis meses haverá uma segunda versão,
ainda mais ágil. 'Será possível o processamento
em massa, identificando a função de diversos genes', explica.
Neshich diz que os programas de
análise fornecem visualização, simultânea
e em três dimensões, de informações sobre
estruturas macromoleculares de proteínas e suas seqüências,
coloridas por tipo ou propriedade bioquímica. Além disso,
mostra seqüências similares de proteínas, sua possível
função, e também oferece um banco de dados com
todas as informações sobre proteínas. Segundo ele,
é o mais completo do mundo, pois atualmente os programas utilizados
pelos pesquisadores fazem apenas uma dessas etapas.
Atualmente, de acordo com Neshich, o
SOFTWARE é utilizado mais em outros países do que no Brasil.
Os programas podem ter funcionalidade tanto para o projeto GENOMA Humano,
quanto do Câncer, bovino ou de plantas. 'Não importa o
objetivo da PESQUISA, o SOFTWARE pode ser usado por qualquer um que
queira identificar as funções das proteínas', diz.
O pesquisador afirma que com o
uso da ferramenta, algumas análises que demorariam até
um mês para serem feitas podem ser concluídas em 10 minutos.
O projeto tem colaboração da Universidade Columbia, de
Nova Iorque (Estados Unidos). A primeira etapa do projeto foi desenvolvida
lá e a segunda no Brasil. Os pesquisadores podem acessá-lo
no site desta universidade, no da EMBRAPA e na rede Protein Data Bank
(PDB), que está disponível em 16 países. Como é
de praxe no âmbito acadêmico, os softwares podem ser usados
livremente e sem custos pelos analistas, que os adaptam de acordo com
suas necessidades. Apesar disso, quem quiser instalar os programas em
computador próprio ou na rede de empresas comerciais paga pelo
serviço.
Neila Baldi de Brasília
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