As instalações do Núcleo de BioInformática da
Embrapa Informática Agropecuária, unidade da Embrapa - Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, serão inauguradas nesta
segunda-feira (21), às 14 horas, em Campinas (SP), pelo presidente
da Embrapa, Alberto Duque Portugal.
Durante o evento, que
contará com a presença do reitor da Unicamp - Universidade Estadual
de Campinas, Carlos Henrique de Brito Cruz, também serão firmados
convênios de cooperação com o Cepagri - Centro de Pesquisas
Meteorológicas e Climáticas aplicadas à Agricultura e a Feagri -
Faculdade de Engenharia Agrícola, da Unicamp.
O NBI - Núcleo
de BioInformática tem por objetivo estabelecer um ambiente para
pesquisa e oferta de serviços (geração e espelhamento de bancos de
dados e ferramentas de software) na área de biologia computacional.
O principal veículo para isto será o ambiente "sem paredes"
oferecido pela Internet.
Na segunda fase de projetos genoma,
os laboratórios procuram capitalizar em cima dos dados de
seqüenciamento maciço. Como a seqüência genômica de um organismo não
revela por si própria para que ela serve (função), criou-se um campo
de diversas iniciativas visando decifrar o papel de cada gene no
fluxograma da rede funcional que define um organismo biológico.
Estas iniciativas são: genoma estrutural, genoma funcional,
proteoma, chemogenomics etc. O NBI atua especificamente nas áreas de
genoma estrutural e chemogenomics.
O grupo da Bioinformática
Estrutural, estabelecido na Embrapa Informática Agropecuária,
trabalha em oferta das ferramentas que podem auxiliar o pesquisador
para obter precisos descritores de estrutura e função das proteínas
codificadas por genes, seqüenciados em etapa anterior (genoma
seqüencial). As ferramentas do NBI (STING Millennium Suite) também
geram os bancos de dados que oferecem um rico ambiente do qual vão
surgir os novos agrotóxicos, vacinas e remédios, auxiliando na
oferta de alimentos saudáveis e na solução de problemas existentes
com graves doenças humanas.
O objetivo final do NBI será
produzir um conjunto de ferramentas e bancos de dados, constituindo
um processo que possibilitará que sejam geradas (a partir de
conhecimento das seqüências genômicas), as estruturas das proteínas,
a descrição das suas funções, a identificação de parte das suas
superfícies como alvos para potenciais fármacos/agrotóxicos, e
identificação dos reagentes químicos que poderão se ligar nestes
alvos. Esse produto será de fundamental importância tanto para
produtores de agrotóxicos, quanto para grandes redes farmacêuticas e
para a área geral de biologia molecular que desenvolve atividades em
controle biológico, organismos geneticamente modificados, etc.
O grupo tem ativa colaboração com vários centros nacionais:
Esalq-USP - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queirós”,
Instituto Butantan, UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, LNCC
- Laboratório Nacional de Computação Científica, LNLS - Laboratório
Nacional de Luz Síncrotron, Unicamp, Tecpar - Instituto de
Tecnologia do Paraná, entre outros. As principais agências de
fomento do país, Fapesp, Finep e CNPq apoiaram a implantação do NBI,
contribuindo com recursos da ordem de R$ 2 milhões de reais para
financiar sua infra-estrutura e pesquisas.
Durante o evento,
será assinado convênio de cooperação técnica com o Cepagri, quando o
reitor da Unicamp inaugurará as instalações do centro nas
dependências da Embrapa Informática Agropecuária. O intercâmbio
científico entre as instituições visa desenvolver modelos para
avaliação de impactos de mudanças climáticas na agricultura;
sistemas para monitoramento agroclimático e implantação, em parceria
com outras instituições de pesquisa, da RNA - Rede Nacional de
Agrometeorologia.
A RNA é o resultado de um esforço
integrado de 27 instituições, que sob a coordenação do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, montaram um website com
diversos tipos de informações agrometeorológicas para o Brasil. O
esforço de desenvolvimento em informática aplicada a agricultura foi
muito importante e o produto final são informações sobre clima,
agricultura, zoneamento de riscos climáticos e links para previsão
do tempo em todo o território nacional.
Também será
formalizado convênio entre a Embrapa Informática Agropecuária e
Feagri, com o objetivo de promover a integração de esforços entre as
instituições para a execução da linha de pesquisa de “Geotecnologia
e Geoprocessamento aplicado à previsão de safras” em nível de
mestrado e doutorado. A Unicamp possui grande experiência em
previsão de safra para a cana-de-açúcar e com a participação da
Embrapa os estudos poderão ser ampliados para outras culturas,
quando serão compartilhadas as competências, equipamentos e
financiamentos de pesquisa na área entre as instituições.
(Fonte: Ascom Unicamp) |